segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Em debates com estudantes, Ivan defende soberania nacional e novo projeto para o país

Ivan Valente participou na última semana de diversos debates em faculdades e escolas de ensino médio em São Paulo, sempre defendendo os projetos do PSOL para o estado e o país.

Na última terça-feira (21/09), o debate foi na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, onde Ivan Valente dividiu a mesa com o representante do PV para falar de política externa com os alunos do curso de graduação em Relações Internacionais.

O deputado defendeu que alguns princípios devem basear a política externa brasileira, que tem reflexos na política interna, como a soberania nacional e a auto-determinação dos povos. “Ainda não superamos o “subdesenvolvimentismo” e a dependência do capital financeiro internacional. Nos últimos 16 anos, temos tido uma relação subordinada ao que ditam o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio”, criticou. “O problema central é que os mecanismos dos bancos multilaterais são definidos pelos países quem têm as maiores cotas. Assim, definem a política monetária, fiscal e as políticas públicas dos países. O FMI determinou tudo, assim como o Bando Mundial, cuja cartilha diz, por exemplo, que nos países em desenvolvimento é preciso reduzir a contratação de professores e aumentar o número de alunos por sala de aula, para economizar com os “gastos” no setor”, disse Ivan Valente. “Assim, criam uma enorme dependência financeiras dos países e nós defendemos soberania”.

Ivan Valente também defendeu que nossa política externa siga privilegiando a integração latino-americana e com os países em desenvolvimento, mas de forma que respeitemos sua autonomia, a liberdade e a busca da paz. “Na hora de pensar nosso desenvolvimento, é preciso refletir: o Brasil, para exercer hegemonia, precisa ser hegemonista? Temos que pensar em como fazer justiça social dentro e fora do país”, disse.

Ao responder uma pergunta de um dos estudantes, que questionou se não seria negativo para o Brasil associar sua imagem a países como a Bolívia e a Venezuela, Ivan Valente foi categórico ao defender os projetos de transformação sociais pelos quais passam diversos de nossos vizinhos latinos.

“Não há porque o Brasil se prejudicar com isso. A Venezuela vive um regime democrático, eleito por seu povo, e lá o governo enfrenta uma mídia de extrema direita, que inclusive participou do golpe contra o presidente em 2002. Na Bolívia, é preciso enxergar o processo como um período histórico, no qual, depois de 500 anos de exploração das elites, o país é dirigido por um indígena”, afirmou Ivan Valente. “São povos que estão se levantando para discutir seu futuro. Trata-se de uma contra-reação tardia aos golpes militares que atingiram o continente. Não há mancha no Brasil em se aliar a esses países”, avaliou.

Ao ser questionado sobre o acordo feito por Brasil e Turquia com o Irã, o deputado, que é membro titular da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, defendeu o desarmamento nuclear global e iniciativas do Itamaraty que busquem a construção da paz. “Eu sou contra o desenvolvimento de armas nucleares, mas temos que refletir por que só cinco países podem ter essas armas. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares tem que ser acompanhado, mas não por aqueles que tem o controle das armas. Brasil pode e deve trabalhar pela paz”, disse.

Ivan Valente criticou ainda as guerras no Afeganistão e Iraque, patrocinadas pelo “bushismo”, que “aumentaram a matança e impulsionaram o crescimento da indústria armamentista” e concluiu que o Brasil tem tudo para crescer sem subordinar seu desenvolvimento aos interesses daqueles que só pensam em explorar as riquezas do país.

Defesa da esquerda

Na quarta-feira (22/09), o debate aconteceu na Escola Lourenço Castanho, em Santo Amaro. Participaram da mesa os também candidatos Alexandre Youssef (candidato a deputado federal pelo PV), Marcus Peçanha (candidato a deputado estadual pelo PSDB) e Tarcísio de Oliveira (candidato a deputado estadual pelo PT). Num auditório repleto de estudantes do segundo grau, Ivan Valente apresentou as idéias do PSOL sobre a auditoria da dívida pública; defendeu 10% do PIB nacional para a educação, como previa a edição original do Plano Nacional de Educação; criticou as mudanças no Código Florestal patrocinadas pelo agronegócio; e defendeu a lei da Ficha Limpa e o financiamento público de campanha.

“PT e PSDB votaram contra a investigação da dívida pública na CPI que propusemos na Câmara”, lembrou Ivan Valente. “Enquanto isso, continuamos negando o aumento de investimentos na educação e pagando juros da dívida para banqueiros, que estão muito satisfeitos no nosso país”, disse.

Um dos momentos mais interessantes da discussão foi quando os alunos perguntaram aos candidatos sobre os conceitos que direita e esquerda na política, que para eles estão ficando muito parecidos. O candidato do PSDB concordou. Disse: “Direita e esquerda não existem mais. Acabou o conceito de classe. O que defendemos é igualdade de oportunidades”.

Ivan Valente retomou o conceito de esquerda no espectro político. “Na esquerda estão aqueles que defendem a igualdade, a justiça social, que se indignam com a pobreza. É um conceito que continua válido, mas que ficou turvo por causa da governabilidade”, disse. “Quando a gente entra num partido, tem que assumir o partido com coerência. Isso é necessário. PT e PSDB estão coligados em centenas de cidades. E o PV também tem suas contradições com as alianças que faz”, lembrou.

“Enquanto existirem classes sociais, existirá luta de classes. O mundo está mais complexo, mas segue existindo a acumulação de capital por conta da exploração dos trabalhadores. Por isso seguimos defendendo o socialismo. É um projeto que está no nosso horizonte: valores de solidariedade, fraternidade, de troca da competitividade pela justiça social. A proposta do PSOL se materializa no programa democrático popular, de garantia de dignidade para todos, por outra política econômica, contra a concentração de renda, terra e poder”, concluiu.

Ivan Valente participou ainda de um debate na Faculdade Santa Izildnha, em São Mateus, e com os alunos de economia da PUC-Barueri.

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