Ivan Valente participou na última semana de diversos debates em faculdades e escolas de ensino médio em São Paulo, sempre defendendo os projetos do PSOL para o estado e o país.
O deputado defendeu que alguns princípios devem basear a política externa brasileira, que tem reflexos na política interna, como a soberania nacional e a auto-determinação dos povos. “Ainda não superamos o “subdesenvolvimentismo” e a dependência do capital financeiro internacional. Nos últimos 16 anos, temos tido uma relação subordinada ao que ditam o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio”, criticou. “O problema central é que os mecanismos dos bancos multilaterais são definidos pelos países quem têm as maiores cotas. Assim, definem a política monetária, fiscal e as políticas públicas dos países. O FMI determinou tudo, assim como o Bando Mundial, cuja cartilha diz, por exemplo, que nos países em desenvolvimento é preciso reduzir a contratação de professores e aumentar o número de alunos por sala de aula, para economizar com os “gastos” no setor”, disse Ivan Valente. “Assim, criam uma enorme dependência financeiras dos países e nós defendemos soberania”.
Ivan Valente também defendeu que nossa política externa siga privilegiando a integração latino-americana e com os países em desenvolvimento, mas de forma que respeitemos sua autonomia, a liberdade e a busca da paz. “Na hora de pensar nosso desenvolvimento, é preciso refletir: o Brasil, para exercer hegemonia, precisa ser hegemonista? Temos que pensar em como fazer justiça social dentro e fora do país”, disse.
“Não há porque o Brasil se prejudicar com isso. A Venezuela vive um regime democrático, eleito por seu povo, e lá o governo enfrenta uma mídia de extrema direita, que inclusive participou do golpe contra o presidente em 2002. Na Bolívia, é preciso enxergar o processo como um período histórico, no qual, depois de 500 anos de exploração das elites, o país é dirigido por um indígena”, afirmou Ivan Valente. “São povos que estão se levantando para discutir seu futuro. Trata-se de uma contra-reação tardia aos golpes militares que atingiram o continente. Não há mancha no Brasil em se aliar a esses países”, avaliou.
Ao ser questionado sobre o acordo feito por Brasil e Turquia com o Irã, o deputado, que é membro titular da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, defendeu o desarmamento nuclear global e iniciativas do Itamaraty que busquem a construção da paz. “Eu sou contra o desenvolvimento de armas nucleares, mas temos que refletir por que só cinco países podem ter essas armas. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares tem que ser acompanhado, mas não por aqueles que tem o controle das armas. Brasil pode e deve trabalhar pela paz”, disse.
Ivan Valente criticou ainda as guerras no Afeganistão e Iraque, patrocinadas pelo “bushismo”, que “aumentaram a matança e impulsionaram o crescimento da indústria armamentista” e concluiu que o Brasil tem tudo para crescer sem subordinar seu desenvolvimento aos interesses daqueles que só pensam em explorar as riquezas do país.
Defesa da esquerda
“PT e PSDB votaram contra a investigação da dívida pública na CPI que propusemos na Câmara”, lembrou Ivan Valente. “Enquanto isso, continuamos negando o aumento de investimentos na educação e pagando juros da dívida para banqueiros, que estão muito satisfeitos no nosso país”, disse.
Um dos momentos mais interessantes da discussão foi quando os alunos perguntaram aos candidatos sobre os conceitos que direita e esquerda na política, que para eles estão ficando muito parecidos. O candidato do PSDB concordou. Disse: “Direita e esquerda não existem mais. Acabou o conceito de classe. O que defendemos é igualdade de oportunidades”.
“Enquanto existirem classes sociais, existirá luta de classes. O mundo está mais complexo, mas segue existindo a acumulação de capital por conta da exploração dos trabalhadores. Por isso seguimos defendendo o socialismo. É um projeto que está no nosso horizonte: valores de solidariedade, fraternidade, de troca da competitividade pela justiça social. A proposta do PSOL se materializa no programa democrático popular, de garantia de dignidade para todos, por outra política econômica, contra a concentração de renda, terra e poder”, concluiu.
Ivan Valente participou ainda de um debate na Faculdade Santa Izildnha, em São Mateus, e com os alunos de economia da PUC-Barueri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário