terça-feira, 21 de abril de 2009

Governo paulista faz 10 mil assinaturas sem licitação

Despachos da Diretoria de Projetos Especiais (da Secretaria Estadual de Educação)Declarando inexigível, com fundamento no Art. 25, inciso I, da Lei 8666/93 e suas atualizações, a licitação, para o processo 15/0199/09/04, cujo objeto é a aquisição de 5.449 assinaturas do jornal “O Estado de São Paulo” destinadas a todas as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, a serem fornecidas pela empresa: S.A. “O Estado de S. Paulo”. Ato Ratificado pelo Presidente da FDE nos termos do Art. 26 da referida Lei; com fundamento no Art. 25, inciso I, da Lei 8666/93 e suas atualizações, a licitação, para o processo 15/0200/09/04, cujo objeto é a aquisição de 5.449 assinaturas do jornal “Folha de São Paulo” destinadas a todas as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, a serem fornecidas pela empresa: Empresa Folha da Manhã S/A. Ato Ratificado pelo Presidente da FDE nos termos do Art. 26 da referida Lei.
Decisão tomada em 3 de abril de 2009 e publicada no Diário Oficial do dia 4, um sábado

ProUni faz taxa de alunos com emprego subir para 80%

AE - Agencia Estado
BRASÍLIA - Alunos recém-formados por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) estão saindo do ensino superior empregados e dizem que tanto a renda familiar como sua vida melhoraram após iniciar o curso. Essas são conclusões de pesquisa inédita realizada com 1,2 mil recém-formados. Uma das principais bandeiras do governo Lula usadas na campanha da reeleição em 2006, o ProUni começou a formar os primeiros estudantes em janeiro deste ano.O levantamento, feito por telefone no mês passado pelo Instituto Ibope a pedido do Ministério da Educação, apontou que 80% dos entrevistados disseram estar saindo da universidade com emprego garantido. Esse índice era de 56% antes de os estudantes entrarem no programa. Além disso, 68% afirmaram que a renda familiar aumentou desde a entrada na faculdade, sendo que a maioria, 40%, diz que a melhoria foi pequena. Outros 28% afirmam que sua renda melhorou muito.DiferençasHá, no entanto, diferenças significativas entre as regiões pesquisadas. No Norte e Centro-Oeste - onde é registrada a menor oferta de cursos superiores no País - 36% informaram que sua renda aumentou muito. Já no Sul, 69% afirmaram que houve melhoria, mas apenas 23% disseram ter registrado um aumento significativo.Criado em 2004, o ProUni selecionou sua primeira turma de beneficiados no ano seguinte. Estudantes que cursaram o ensino médio em escola pública e com renda familiar per capita de até 3 salários mínimos podem concorrer a bolsas integrais ou parciais em instituições particulares de ensino superior usando a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As instituições filantrópicas concedem as bolsas para cumprir a exigência legal, já que elas têm isenção de impostos. As outras instituições particulares têm abatimento de alguns impostos federais em troca das bolsas.A cada semestre são oferecidas entre 100 mil e 150 mil bolsas integrais e parciais. Atualmente, o programa atende cerca de 450 mil alunos. No início deste ano, cerca de 156 mil jovens formaram o primeiro grupo graduado totalmente dentro do ProUni.

Brasil - Reforma Agrária X Agronegócio. Reforma agrária só no papel

Brasil - Reforma Agrária X Agronegócio. Reforma agrária só no papel


Por MST-RJ
O II Plano Nacional de Reforma Agrária tinha a previsão de assentar 550 mil famílias entre 2003 e 2007. No entanto, segundo a UNESP (Universidade do Estado de São Paulo), apenas 163 mil famílias desta meta foram assentadas, ou seja, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) cumpriu apenas 29,6% da Meta. Quanto à Meta 02 - regularização fundiária, que era de 500 mil famílias de posseiros, legitimou apenas 113 mil, ou seja, 22,6% da meta. A conclusão: o governo Lula não fez a reforma agrária onde o agronegócio não queria e fez a regularização fundiária onde ele queria.
VIOLÊNCIA NO CAMPO
Entre 1985 a 2007, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) registrou de 1.117 ocorrências de conflitos com a morte de 1.493 trabalhadores rurais. Em 2008, ainda dados parciais apontam 23 assassinatos. Do total de conflitos, só 85 foram julgados até hoje, tendo sido condenados 71 executores dos crimes e absolvidos 49 e condenados somente 19 mandantes, dos quais nenhum se encontra preso.
CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA

- O Brasil é o segundo país com a maior concentração da propriedade fundiária em todo o Planeta, atrás apenas do Paraguai, onde atuam latifundiários brasileiros.
- De acordo com os dados do Incra, 1% dos estabelecimentos agrícolas controla 45% das terras, enquanto que 90% dos pequenos estabelecimentos possuem apenas 20% da área agricultável.
- Em 1992, havia 19.077 latifúndios com mais de 2 mil hectares e que juntos somavam 121 milhões de hectares. Em 2003, o número de propriedades aumentou para 32 mil (quase duplicou) e a área total destes latifúndios agora soma 132 milhões de hectares. Ou seja, em 11 anos, 12 milhões de hectares foram apropriados pelo latifúndio.
- Para assentar as 4,5 milhões de famílias sem-terra bastam desapropriar as 28 mil propriedades que concentram os 45% das terras.
- Existem 120 milhões de hectares de terras boas para agricultura e pecuária que não produzem nada.
- No Brasil, mais de 30 milhões de hectares pertencem a empresas estrangeiras.
- A soma das 27 maiores propriedades no Brasil é igual a superfície do estado de São Paulo. E a soma das 300 maiores áreas é igual aos estados de São Paulo e Paraná.
- 32 mil latifundiários concentram 132 milhões de hectares.
- Apenas 30% dos imóveis cadastrados no Incra são considerados produtivos.
- O Brasil possui 250 milhões de áreas devolutas (áreas que pertencem ao Estado e foram apropriadas ilegalmente pelo latifúndio).
GERAÇÃO DE EMPREGOS NO CAMPO
- De novembro de 2008 a fevereiro de 2009, foram fechadas 747.515 vagas no país. O complexo do agronegócio fechou 268.888 vagas (no setor agropecuário, foram 145.631; no setor de alimentos e bebidas, 123.257), cerca de 35% do total (dados do Dieese). Ou seja, os números apontam que boa parte das vagas eliminadas é do agronegócio. Um grupo de empresas do agronegócio que conseguiu mais de R$17, 2 bilhões já demitiu durante a crise mais de 9.300 trabalhadores.
- A Reforma Agrária, que cria 10 vezes mais empregos que o agronegócio, com menos investimentos do governo, é uma solução para a crise. Cada família assentada gera três empregos diretos, ao custo de R$ 30mil. A geração de empregos é mais barata do que na indústria e no comércio (em média, 80.000 reais, e 60.000, respectivamente). Ou seja, é o investimento mais barato para gerar cada emprego, além de postos para terceiros e nas pequenas agroindústrias.
Veja a distribuição dos trabalhadores na agricultura:
Pequena Agricultura - 86,6% das pessoas ocupadas no campoMédias - 10,9%Latifúndio - 2,5%(Fonte: Censo Agropecuário do IBGE 1995/6.)
COMPARATIVO NA PRODUÇÃO ANIMAL
BovinosMédia - 40,5%Pequena - 37,7%Latifúndio - 21,8%
SuínosPequenos: 87,3%Médios: 11%Grandes: 1,7%
AvesPequena agricultura - 87,7%Média - 11,5%Latifúndio - 0,8%
(Fonte: Censo Agropecuário do IBGE - 1995/6.)
Em relação ao gado abatido, as pequenas unidades participaram com 62,3% enquanto que os latifúndios com apenas 11,2%. As médias ficaram com 26,4%.
RELAÇÃO ENTRE/CRÉDITO/TAMANHO/PRODUÇÃO
- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social concedeu em empréstimos, apenas no ano passado, mais de R$17, 2 bilhões de reais para empresas do agronegócio. Menos de um ano depois, estas empresas já demitiram mais de 9.300 trabalhadores (2008).
- O Banco do Brasil emprestou por meio de linhas de crédito especial mais R$ 10 bilhões para 20 empresas do agronegócio - produção, insumos, industrialização e comércio (2008)
- 1,2 milhão de famílias de agricultores familiares devem receber, na safra 2008/2009, cerca de R$ 7,2 bilhões (projeção).
- Os pequenos agricultores acessam 13,4% do crédito e produzem 56,8% da produção, num total (em 2001) de 910.466 contratos.
- Os médios agricultores acessam 48% do crédito e produzem 29,6% da produção, num total (em 2001) de 547.520 contratos.
- Os latifundiários acessam 34,6% do crédito, produzem 13,6% da produção e são um total (em 2001) de 10.926 contratos.
- Quanto à produção de leite a posição das pequenas unidades foi majoritária 71,5%, sendo que os latifúndios produziram apenas 1,9% e as médias ficaram com 26,6%.
PRODUÇÃO AGRÍCOLA E CRISE DOS ALIMENTOS
- A prioridade do MST é a produção de alimentos para o povo brasileiro. Em todo Brasil, há 96 pequenas e médias agroindústrias em assentamentos do MST, processando frutas e hortaliças, leites, derivados, grãos, doces e carnes, beneficiando cerca de 700 municípios.
- Há também 400 associações agrícolas, 71 Cooperativas de Produção Agropecuária (CPA), 28 Cooperativas de Comercialização e Serviços, 3 Cooperativas de Crédito e 05 Cooperativas de Trabalho constituídas nos assentamentos.
- Pesquisa de 1992 realizada pela FAO comprovou que a média da renda nos assentamentos é de 3,7 salários mínimos mensais por família. Onde as agroindústrias estão implantadas, essa média sobe para 5,6 salários mínimos mensais por família. Considerando-se que a renda média anterior das famílias sem terra, em situação de exclusão social, era menor que U$100 mensais, após o assentamento houve um acréscimo significativo de renda.
- O governo dá prioridade ao modelo agroexportador, que coloca nas mãos de grandes empresas o controle dos preços dos alimentos. Atualmente, o preço dos alimentos já está alto, representando de 60% a 80% da renda dos trabalhadores em países em desenvolvimento (FAO). Em 2008, a cesta básica aumentou mais de 20% (Dieese), em média no país. No Brasil, o preço dos alimentos foi o principal responsável pelo aumento da inflação em março, pela segunda vez consecutiva.
- De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), nessa classe de despesa foram apuradas elevações de preços mais fortes em frutas (3,72% para 6,47%) e hortaliças e legumes (4,13% para 5,27%). Com a crise econômica mundial, o preço dos alimentos deve aumentar ainda mais.
[Enviado por Mariana Duque Escritório Nacional do MST- RJ + 55 (21)2240.8496 + 55 (21) 9736.3678 www.mst.org.br]